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REVISTA N.º 25
Dezembro de 1992 - p. 51-60
O texto abaixo de Welber Barral aborda a democracia com o seguinte conceito:
Crise e Consolidação Democrática na América Latina -
I - Um conceito de democracia
O primeiro problema com que nos deparamos na análise do tema é a definição do que se possa entender por democracia. De fato, o próprio valor semântico do vocábulo parece residir agora numa região nebulosa onde se esbarram seus reconhecidos pressupostos formais e recentes reivindicações não domiciliadas na taxonomia política tradicional.
Algumas de suas conotações, então, permanecem: democracia faz entender o afastamento da tutela da autoridade ilegitimamente constituída, pressupõe a livre disputa de interesses dos diversos grupos sociais e limita a atuação do governante dentro de parâmetros dados pelos governados. A democracia seria, nas palavras de Przeworski, "o sistema de processamento e resolução de conflitos intergrupais, em cujo resultado domina a incerteza".
Mas ao lado desses critérios clássicos, o universo do conceito atual de democracia se encontra em expansão, movido pelos acontecimentos da última década. O apelo constante ao termo que vem marcando os movimentos sociais nos últimos anos implica um câmbio preliminar de compreensão: a luta hoje é pelo ideal democrático, um valor simbólico que seja suficientemente amplo para abarcar os reivindicações emergentes da sociedade, oriundas sobretudo da necessidade de se incluir indivíduos (ou grupos ou nações) que não gozavam de determinados direitos. Um ideal que se supõe alicerçado na habilidade de a sociedade instituir suas próprias orientações, refutando, em conseqüência, supostas condições historicamente determinadas. "Hoje ser contestador é ser democrata", afirma Weffort.
O primeiro mal-estar decorrente desta situação refere-se ao moral vigente nestes países. "É praticamente inconcebível fundar uma democracia sobre bases sólidas se se consagra a impunidade", adverte Atílio Borón (5).
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MEU COMENTÁRIO: A democracia é uma maneira da maioria impor sua vontade sobre a minoria. O processo na verdade não é tão simples assim, muitas vezes votar em certo candidato não significa que o eleitor esta plenamente de acordo com o candidato em seus ideais, o que realmente leva muitos a votar neste ou naquele candidato é o carisma, simpatia e outras motivações não muitos claras na mente do eleitor. O candidato também as vésperas da eleição tem a tendência a mostrar-se como bom moço e após a eleição tem um comportamento oposto ao que representava na época que era mero candidato. O que Przeworski falou é uma grande verdade: A DEMOCRACIA É UM PROCESSO ONDE DOMINA A INCERTEZA.
Ser cristão é acima de tudo ter esperança no Reino de Cristo, como diz a Oração Modelo do Pai Nosso: QUE VENHA O TEU REINO. Em qualquer parte do mundo o cristão não deve engajar-se para mudanças de sistema de governo, alias buscamos um governo que de fato interessa: O REINO DE DEUS. Não devemos perder tempo em conflitos infindáveis por este ou aquele partido ou candidato. A igreja de Cristo não deve apoiar e nem fazer oposição a este ou aquele regime, partido ou candidato. Os púlpitos são lugares de ouvirmos a promessa do nosso candidato Jesus que prometeu voltar e estabelecer seu reino eterno na Terra e no Universo. Não devemos se ater em questões terrenas e discussões infindáveis sobre ideologias vãs.
Atílio Borón falou um negocio que é serio, muita gente pensa que ser democrata é promover a impunidade, onde qualquer um pode fazer o que quer porque somos livres, inclusive prejudicar o proximo, roubar e fraudar. Sem punição não há justiça e igualdade social, então é uma democracia frágil.
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